Onde estou?
O que represento?
O que eu quero?
Tenho sede de justiça.
Tenho fome de liberdade.
Sou livre de pernas e braços
Mas atada na alma.
Agarro-me no tempo
Para desintegrar-me no espaço
Flutuo sobre as ondas dos mares
Que trepidam as rochas com sua ira.
O vento me faz voar para longe,
Para muito longe.
Um futuro que ninguém conhece,
Que quando se próxima me atemoriza
E para no caminho querendo voltar a trás
Com medo do que está para chegar.
Tenho que seguir em frente
Preciso vencer esta barreira
Oh, Deus! Ajude-me,
Porque já me sinto fraca
E minhas pernas não aguentam mais andar.
Dez/1980