domingo, 25 de março de 2012

Como uma gaivota
















E de repente
Tudo escureceu na minha frente.
Não vi mais aquele sorriso
Outrora tão desejado,
Não senti mais aquela paz
Por todos, cobiçada.
A angústia tomou conta do meu coração.
Essa tristeza não tem razão de ser,
Mas a dor que meu peito oprime
Me torna fria e agressiva.
Ando a beira da praia
Como louca a procura do nada.
Observo as gaivotas
Voando tranquilas e serenas
Como se o mundo lhes pertencessem.
Quem me dera poder fazer o mesmo!
E por que  não?
O que me impede de pensar que o mundo é só meu?
Ou que sou livre para fazer o que eu quiser?
Sentimentos!!!
Será que as gaivotas sentem?
Será que elas sabem o que é amar?
Amar um amor
Amar sua família, o próximo...
Será que elas sofrem por esse amor?
É esse o amor que nos escraviza?
É essa a dor que nos corroem?
É esse o sentimento que nos faz pensar
Que estamos perdidos no mundo?
Talvez eu seja complicada demais
Para ser entendida.
Às vezes também não me entendo.
Eu quero, mas...
Não sei o que quero.
Eu só queria viver
Como vive uma gaivota.

RJ-09/03/1981

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